Friday, November 03, 2006

"o assobio que move o meu pé"

Mais uma pequena narrativa que escrevi, desta vez dei-lhe o titulo de:


"o assobio que move o meu pé"

... Sinto-me desconfortável no topo desta montanha. Sinto-me usado! Sinto as asas partidas, destorcidas, atrofiadas de tantos encontrões e empurrões. Não me sinto capaz de voar, sinto um medo estranho da terra. Curioso... para quem aprendeu a voar desde cedo, já lá vão 34 anos, realmente é estranho esta forma de estar. Não tenho bússola, mas posso dizer com uma angústia tremenda que me aperta o coração que... que... enfim, que tenho um mau sentido de orientação, nem com uma simples rosa-dos-ventos na mão encontro o caminho. Sou um carteiro, um mero moço de entregas. Daqui de cima olho este infinito labirinto, uma repleta floresta de cimento que perco no horizonte e pergunto-me para dentro:
“Tu acabas? Diz-me... tu acabas? Tens morada ou código postal?”
Os meus sentidos não captam nada...Alguns deles estão enferrujados!

Carrego numa das minhas mãos um embrulho, uma caixa que me foi entregue e que no entanto me faz sentir estranho por dentro, como se tivesse um formigueiro na barriga, olho em redor da caixa desconfiado, rodo, rodo e torno a rodar, como se estivesse a completar um cubo de kubrik, olho para estas duas mãos grandes, cobertas de pó que escondem as suas cicatrizes que o tempo não poupou, “ai vida, vida a minha!”. A caixa é perfeitamente normal como qualquer outra caixa, embrulhada num papel castanho-escuro e com um cordel em seu redor, não percebo o que o selo diz, mas, o remetente é claro no que diz: “ Avenida dos Assobios 5º D “. Não faço ideia de onde seja este lugar, ou sequer se existe, e se existe como saberei que lá cheguei?

“O que é isto?” Digo eu rapidamente olhando em meu redor!
Ouço um som arcaico, um assobio...parece-me uma melodia e estranhamente reconfortante no ouvido, sinto-o como se fosse um chamamento, um encanto, como um íman aos meus sentidos. Levanto-me do chão, olho em redor e posso dizer que do topo desta montanha o som é fantástico e ecoa, recorda-me a primavera e o verão na minha infância, a voar de serra em serra, a brincar as escondias e á apanhada. Mas não consigo decifrar de onde vem esta harmonia! Ganho coragem, declino o peito para a frente, esforço as costas que lentamente abrem estas asas e solta-se um gemido da minha boca...enquanto me contorcia de dores e me questionava em relação a dor, sentia o sinal do chamamento num tom inferior ao inicial, quase inaudível, sustive a respiração, aguentei a dor por momentos e levantei voo em busca do som.
Subi as nuvens num bater de asas esforçado, o som enfraquecera, desci rapidamente das nuvens e o som estava agora mais forte, resguardei as asas, inclinei-me para baixo, estiquei o corpo, meti os braços para trás, e deixei-me ir com o vento, neste momento estava a descer a pique em direcção a terra, tal como uma bala em direcção ao seu alvo sem hesitar, sentia os olhos a lacrimejar e a escorrer em direcção a minha nuca devido a velocidade da descida.

A poucos metros do chão abro as asas e equilibro a aterragem, evito fazer qualquer ruído que seja, impossível, soltei um grito colossal de tamanha dor vinda do meu peito, deixo cair o embrulho e encolho os ombros para dentro levo os braços e as pernas ao peito e caio no chão remoendo-me. Não sei precisar quando tempo ali permaneci, uma eternidade para mim devido ao meu estado. Quando abro os meus olhos sinto uma presença mais débil do que a minha. Era um corpo velho, mal tratado pela vida também, praticamente sem penas, não conhecia tal pessoa.
O corpo aproxima-se de mim ajoelha-se a meu lado e com um gesto dócil apoia uma das suas mãos no meu ombro e com a outra acaricia-me as asas.
Nenhuma palavra saiu da minha boca, senti-me confortável o suficiente para acreditar naquele ser. Foi quando ele olha para o lado e vê aquela caixa, aquele pequeno embrulho que se encontrava a meio metro de mim dentro de uma poça de água que se havia ali criado devido ao mau tempo que se fazia sentir.
Ele com o seu braço enorme não precisou de fazer qualquer esforço para a alcançar, agarrou-a rapidamente olhando em volta com aqueles olhos enormes e rosto pálido, e depositou-a no meu colo sem hesitar.
Aquele gesto deixou-me receoso devido a estranheza da situação, entretanto ele volta a agarrar na caixa, roda-a para ver o remetente numa forma de auto confirmação e não surpreendido disse-me ao ouvido sem hesitar:

“Não te enganes, nem te deixes enganar pelas velhas sereias, musas ou ninfas.”

Olhei para ele, inclinei a cabeça para trás e franzi os olhos.
E ele continuou a falar:

“Sim, toma atenção a este vale, obedece apenas ao teu assobio, não sigas rumos desumanos, este vale não é fácil, não é nada fácil mesmo, acredita.”

Entretanto levanto-me do chão ainda com dores e interrogo-o:

“Mas de que falas tu? Quem és? Não estou a perceber!”

Ele responde:

“Xiu, cala-te! Não me interrompas para teu bem!
Mas já que perguntas, eu sou apenas mais um... enfim... sou apenas mais um que facilmente pelos sons seguiu o ritmo arrebatador, e com o bater deste meu grande pé, seguiu para o abismo da desalma, rumo à venda comercial do meu coração.
Por vezes pergunto-me: (...) O Amor vem do coração ou da cabeça? (...)
Será uma necessidade humana? Uma incapacidade? Uma fraqueza?
Uma irracionalidade de um dito animal racional? Não será o coração apenas a máquina do impulso e repulso sanguíneo para o corpo? A explosão da locomotiva estimulada pelo cérebro que obteve e reteve informações adquiridas destes meus 5 sentidos que tive em tempos? Bah!!! De que me vale a pena questionar agora?
Acho que me estou a afogar nesta circulação de tanto para dar!!!
Não acho!!! Estou mesmo!!! Onde está a máquina deste labirinto infinito, que me poderá ajudar a revitalizar e a insuflar a vida? Carente??? Sim estou, não escondo!
Vejo águias e abutres! Olho em redor e é tão barata a forma como alguns se “amam”. Não posso comprar a liberdade nem cair na tentação destes falsos slogans! Bem tento, bem tento, bem tento...será que consigo? De que me vale agora?!”


Nesta altura olho para ele e vejo lagrimas a escorrerem.
Não entendo onde ele queria chegar com aquela conversa toda.
Eu estava a tentar, juro, mas não entendia, juro que estava a fazer um esforço enorme para o perceber. Sentia-o amargurado com a vida. Porque estaria ele a ter aquela conversa comigo? Porquê? Não deve ter muitas pessoas para falar, digo eu!
Então resolvi perguntar-lhe o porquê daquela conversa, onde queria ele chegar com aquilo, ao que ele respondeu indignado com um olhar furioso:

“Não percebes? Não percebes?”

Eu disse-lhe:

“Peço desculpa mas, não percebo! Estou a tentar, mas não percebo! Desculpe.”

Então ele diz indignadamente:

“Não percebes que tudo isto é um placebo?! Não compreendes?
Que raiva que sinto! Ao tempo que me mantenho nesta sombra fugindo dos espectros! Cores! Formas! Cores! Formas! Cores! Formas! Cores! Formas! Cores! Formas! Cores! Formas! Apenas isto... são cores e formas anexadas a slogans comerciais!
Merda para as cores e para as formas, já nem isso quero, agora só quero sentimento verdadeiro de alguém! Quero cheirar, ouvir, olhar, tocar e saborear...sabes que mais? Não encontro como o que perdi em tempos neste vale... Mas esta ganância e necessidade do meu preenchimento, leva-me a limpar as lagrimas as mangas da minha pele... a mesma pele deste braço dormente que tanta força fez pelo amor”.


“Acho que já percebi onde queres chegar” – Disse-lhe eu.
Falas de Amor?... Falas de conquistas, de desesperos e enganos, de duvidas e magoas. Falas de sentimentos dispersos e turvos, de sentimentos vividos na pele, na tua pele, falas de ti!? Falas do Amor com se fosse um jogo.

“E não é um jogo? Não percebeste isso jovem?” – Disse ele.

Um silêncio caiu com esta questão, nenhum de nós falou...fiquei pensativo.
Foi então que dei por mim totalmente enroscado ao peito do pobre homem...
Ali estava eu, a soluçar palavras, a chorar baba e ranho, não me consegui controlar, recordo-me de lhe citar um poema que me ia na alma:

A receita do meu eu condicionada pelo teu
Abençoado por um coração partido que venera o meu
Um novo dia num novo espelho que me deixa reflectir
Ainda agora cheguei e já me deixaste cair

Enquanto falas olho o chão e vejo um pássaro sem asas
Adormeço num despertar amordaçado por marcas
Com esperança que um dia, no mesmo dia te encanto
Vou tentar te aquecer num lume bem brando

Louvado seja o livro de receitas que me minha mãe me deu
Um pouco de paz e amor sigo atentamente a sebenta
Não entendo, terá sido demasiada pimenta?
O tempo vai passando e fico deprimido e sozinho
Será que algum dia encontrado um abrigo?


Frio como gelo não é a minha busca. Porque resistir? Choro à lamentação. Choro! Deixei de ser homem por isso? Não!

“Como te percebo pobre rapaz... como te chamas?” – Disse-me ele.

“Peço imensa desculpa pelo acto impessoal, nem o seu nome sei.” – Disse-lhe eu afastando-me rapidamente embaraçado com a situação.

“Não faz mal... o meu nome é Marco. E o teu?” – Disse ele com um suspiro e uma mão apoiada no meu ombro.

“O meu nome é Diogo.” – Disse eu.

Senti um descontrolo emocional naqueles instantes, um sentimento de culpa enorme, isto porque olho rapidamente para o embrulho e senti o papel húmido...A morada que uma vez lá estava tinha desaparecido com tantas lágrimas derramadas.
Subitamente agarro numa caneta, e num acto de emenda tento escrever o nome no embrulho de novo. Sem resultado positivo! Esta demasiado molhado para escrever com estes hieróglifos de punho cerrado e de raciocínio rápido de memórias que parecem intermináveis. Foi então que resolvo pedir ajuda ao Marco.

“ Preciso de ajuda, não sei onde fica esta morada: Avenida dos Assobios 5º D, sabes onde fica esta morada? “ Disse-lhe eu.

“ Segue-me! “ – Disse ele.

Não voamos por muito tempo, mas o caminho foi horrivelmente ensurdecedor...
Sentia-me tentado ao que se passava lá em baixo, vacilei varia vezes aos assobios provocados por ninfas, por mulheres belas que me chamavam, senti-me como um marinheiro a deriva no mar em busca de conforto num bom porto.
Velho sábio Marco que me tapava os ouvidos e me guiava por entre a selva de pedra com palavras de animo e de aviso. Eu tinha que ser forte e resistir aquela tentação.

“ Resiste Diogo, Resiste! Força, aguenta, esta quase, já estamos a chegar! “
Dizia-me o Marco. Grade amigo que se revelou naqueles momentos.

Eu sentia o meu corpo a tremer de tanta adrenalina. Estava quase a cumprir o meu dever profissional de estafeta. Aquele embrulho tinha que ser entregue de qualquer forma ao destinatário!

“Chegamos! Estás entregue, Já fiz o meu papel!” – Disse o Marco.

“ Como te poderei agradecer pelo que fizeste por mim? “ – Disse eu.

“ Agradecer? Não! “ – Disse o Marco levantando voo rapidamente sem se despedir.




Aqui me encontro eu na “Avenida dos Assobios 5º D”, olho para o prédio entro e vou direito ao porteiro que me pergunta o que desejo, eu explico-lhe que sou um estafeta e que ia entregar em mão um embrulho ao 5º D. Ele anota o meu nome num bloco de notas e pede-me a identificação dos correios. Dada a informação burocrática toda, o porteiro direcciona-me ao elevador. Todo o prédio em si tem um ar saudável e deslumbrante, desde azulejos reluzentes no chão a paredes forradas com papel nunca antes visto por mim, um tipo de papel com imagens em relevo, sem palavras, parecia o paraíso.
Então chamo o elevador, entro e oiço uma música de elevador que me cativou de tal forma que dou por mi de olhos fechados e a bater o pé, era calma, pacifica, pura e angélica. Penso eu para mim; “Era bem capaz de viver aqui neste elevador”
Entretanto a porta do elevador abre-se e lá estava eu no 5º D e vejo uma porta branca de um lado e uma porta negra do outro. A porta do 5º D era a que estava mais longe.

Chego perto da porta, toco à campainha... Ninguém responde!
Volto a esticar o braço para a tocar á campainha, mas não foi necessário...
Recordo-me de ver a porta abrindo-se devagar, quase em cambra lenta.
Sei que em seguida deixei cair o embrulho no chão, faltou-me o ar nos pulmões, dou dois paços atrás aponto para a porta e...

“Tu? És tu? Marco?” – Disse eu.

O Marco abre a porta, sim o Marco, aquele sábio velho que me encaminhou até aqui, que desabafou as suas agonias e tristezas comigo, estava ali a minha frente.
Trazia vestido no seu corpo velho uma roupa branca, um fato quase de gala.

Foi quando ele me fez sinal com o dedo junto da boca:

“Xiu!” – Disse-me ele como quem pede um segredo.

Fiquei estático, completamente absorto, incrédulo com a situação, senti os olhos completamente abertos e colados a face daquele homem. Subitamente ouço um murmurar vindo daquela boca :

“Apanha o embrulho rápido e entra Diogo!” - Disse ele.

Apanhei o embrulho rapidamente e compus-me.
Ele pôs-me a vontade naquele apartamento gigante...
A primeira visão que tive foi um hall de entrada com um bengaleiro enorme, tinha a forma de uma mulher com umas longas asas e uma faca numa das mãos, senti um choque enorme, uns tremores desde os joelhos até a cabeça, fiquei bastante chocado e impressionado. Senti uma estranha frustração cair em mim.

Foi então que senti uma mão no meu ombro, viro-me e vejo o velho Marco, ele mete a mão debaixo do meu braço e encaminha-me até a sala, ajuda-me a sentar num grande sofá branco. Ele mete uma faca na minha mão e diz:

“Abre o embrulho rápido Diogo! Conseguiste-o recuperar? Conseguiste?”


Ali estava eu, o embrulho apoiado nos meus joelhos e uma faca na mão.
Foi quando eu disse:

“Mas este embrulho não me pertence, eu sou apenas o estafetas... o que é que se passa aqui Marco?”


“Olha o espelho que esta na parede a tua frente, olha-te Diogo!” – Disse-me ele.

Levantei-me e voltei a cair rapidamente com dores bastante fortes na cabeça.
Dou por mim aos gritos pela casa fora a partir tudo que encontrava pela minha frente.
Só me saíam estas palavras pela boca:

“Quero o coração que me roubaram!”
“Quero o coração que me roubaram!”


Foi quando o Marco entra pelo quarto dentro e me dá uns medicamentos.
Sinto-me muito mais calmo... e olho em meu redor, vejo fotos minhas por todo o lado.
Então o Marco diz educadamente:

“Espero que esta sua última saída lhe tenha trazido o que desejava senhor!?”

“Porque me tratas assim Marco” – Disse-lhe eu.

“Porque sou um mero mordomo de sua excelência senhor, quando o senhor Diogo Bettencourt estiver mais em si tudo ficara claro como a água” – Disse ele.

Cai em mim subitamente.

“O trauma que sofreu logo após o roubo do seu coração provocou-lhe esquizofrenia senhor. Mas vamos para a sala rapidamente abrir o embrulho que trouxe e ver o seu conteúdo, espero que seja desta que a estatua que esta no hall de entrada seja queimada desta vez, com a sua permissão, nunca gostei daquela mulher senhor, ela não era para si... vamos acabar com o seu martírio senhor“ – Disse ele.

Sentei-me de novo no sofá branco, agarro na faca e abro o embrulho e...


“Marco não te considero um mero mordomo, considero-te sim um grande amigo que me acompanhou neste processo doloroso, sempre pensaste em mim e acompanhas-me nesta doença que me parece interminável, tu sim mereces tudo de bom nesta vida, sentes as tuas amarguras e tentas curar as minhas, és o ser humano mais bonito que conheço... amo-te como um pai que perdi...

...aqui tens o coração que te roubaram em tempos, és livre Marco!”


“Eu irei continuar a minha busca, escravo de cores e de formas em busca do assobio que move o meu pé! “



Helder Silva copyright 2006


P.S. - pé parado...

5 Comments:

Blogger Sonita said...

Isto devia ter um limite de palavras!!!
Por onde anda o Jacques?

1:18 pm  
Blogger colher de chá said...

:) mais um que gostei. admito que li por partes, que isto de fixar os olhos num ecran dá o seu trabalho, mas li até ao fim e saí com um sorriso de quem gostou do que leu.

2:20 pm  
Blogger Luis Enrique said...

Olà Helder,
Olha, o vocalista dos Flood è meu irmão, imagina! o Diego, atualmente, não està a cantar, casou e vive là em Portugal, casualmente estive com ele em Dezembro. Com relação ao "Despertar", bem, olha, eu moro na Venezuela, naturalmente, a minha familia aqui tem, como lembrança, todos (os 3 albums, incluindo algumas maquetas de cançoes) dos Flood, tambèm, evidentemente, DESPERTAR, o Diego nos fez chegar. Em todo caso, diz-me onde estas, eu posso falar com o Diego e, quiças, ainda ele arranje maneira de encontrar-te o album q procuras.
Por outro lado Helder, e esqueci comentar-te. Eu não sei se o "DESPERTAR" foi uma ediçao limitada. O grupo dissolveu-se hà muito tempo, jà là vão varios anos. O Diego, como te referì, não està a cantar agora. E no caso de o "DESPERTAR" como te disse, não sei, acho q sim, foi uma edição limitada, jà não està a venda ou se esgotou hà muito tempo, os ùnicos q existem são os q os fans podem ter e o exemplares q temos nòs, q somos a familia.
Em todo caso, repito, posso falar com o Diego uma vez me digas onde estàs e como se te pode fazer chegar, tà?

agora sim, obrigado e um abraço

Pdta: estou a ver pelo teu blog q estàs em Almada, pronto, fico a saber.

8:41 pm  
Blogger Luis Enrique said...

Por certo, aquì està o link do post que coloquei com relação aos "FLOOD"
http://almdosol.blogspot.com/search?q=Meu+segundo+irm%C3%A2o+mais+novo%2C+m%C3%BAsico.+


Bye

9:20 pm  
Blogger colher de chá said...

Obrigada pela visita! já não aparecias há algum tempo, é verdade. Volta sempre, escreve mais!

um beijinho

8:31 pm  

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